19 de abr. de 2010
Brevidade
Atraídos, talvez, pelo desafio, seguimos adiante. Nos tornamos um daqueles que frequentemente são vistos às gargalhadas ou flagrados em pequenos gestos de carinho ocultamente explicitados. Nos tornamos o silêncio daqueles que, sendo corpo, poupam as palavras ao comunicarem-se pelo movimento. Tornamo-nos o inesperado e improvável deliciosamente não-eterno. Somos a repetição do hoje. A celebração do presente sempre tão raro. Nos tornamos observadores distantes da malcheirosa montanha soterradora composta por todos os inúmeros clichês. Somos um mundo a ser descoberto. Um mundo à parte dos nossos distantes universos paralelos. Porque somos claridade, lemo-nos em braile pelo prazer de tocar a pele. Nos tornamos tempo de experimentação e descobertas. Templo profano. Base de um grande edifício sujeito a implosão. Nos tornamos cúmplices e carrascos. Sabemos que o amor foi visto caminhando sobre o impossível e que, como nós, se der um passo em falso, ele pode não sobreviver.
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