18 de nov. de 2011

Havia motivos de sobra para ficar. O calor da pele e o conforto das palavras. A leveza. A doçura e a surpresa simulada no não raro encontro com o olhar.
Havia sonhos únicos e palavras muitas. Alegria. Havia braços, pernas e mãos.
Percorreu os descaminhos com pés descalços; a passos firmes, despedidas breves.
Acariciou cada uma das paredes lentamente, como se as apreendesse com as palmas das mãos. Sorriu para o pé direto alto como se isso os assemelhasse em grandeza; como se o gesto possibilitasse a retenção da lembrança e o movimento fosse garantia de exatidão.
Dançou o espaço e perdeu-se no vento. Através das portas e janelas abertas, tornou-se ar.
Vaga dispersa e livre. Leva as chaves no bolso, mas não volta.
Entre a fugacidade dos sóis alheios, encontrou abrigo para o pulsar alegre da solidão.