17 de abr. de 2013
Deslugares
- Nós vamos ouvir músicas diferentes durante as aulas de dança.
- Músicas diferentes?
- É.
- Que tipo de músicas diferentes?
- Vocês precisam ouvir para conhecer.
- Músicas diferentes tipo... hinos?
- Hinos?
- É.
Parei de pensar para cantar mentalmente o Hino Nacional, o Hino à Bandeira, o Hino do Corpo de Bombeiros de SP, o Hino do Palmeir... e, finalmente, fui salva.
Ou quase.
- Hino de igreja, professora. Você não conhece hino de igreja?
- Não.
- Você não vai na igreja?
- Não.
- Você não é evangélica?
- Não.
- Católica?
- Não.
- Espírita?
- Não.
Eu e vinte crianças em silêncio absoluto.
- Se você não é evangélica, católica e nem espírita, o que você é, então?
...
- Se a professora não é evangélica, católica e nem espírita, ela é NORMAL!
12 de abr. de 2013
Tuitéria
Três movimentos
1
O corpo que dança pode pulsar além do coração.
2. Diferentes instrumentos afinados pela poesia: um grupo de dança.
3. A coreografia em que cada movimento seja um cair em si.
O corpo que dança pode pulsar além do coração.
3. A coreografia em que cada movimento seja um cair em si.
11 de abr. de 2013
Tato
na febre o fio do ócio queima. fita. mira com olhos míopes a irônica realidade. reata com absurdez todos os nós. cegos. escorados na expectativa abortada, absortos, esperam. criam raízes caule e folhas. frutos. arvoredos e se, mentes. do difuso dilacerante inexato o irrevogável: estorvo.
4 de abr. de 2013
Sublinhamento
Em janeiro de 1922, Fernando Pessoa escreveu, no maravilhoso conto intitulado O Banqueiro Anarquista, que:
O mal verdadeiro, o único mal, são as convenções e as ficções sociais, que se sobrepõem às realidades naturais — tudo, desde a família ao dinheiro, desde a religião ao Estado. A gente nasce homem ou mulher — quero dizer, nasce para ser, em adulto, homem ou mulher; não nasce, em boa justiça natural, nem para ser marido, nem para ser rico ou pobre, como também não nasce para ser católico ou protestante, ou português ou inglês. E todas estas coisas em virtude das ficções sociais.
"A gente nasce homem ou mulher"
E agora, Simone de Beauvoir?
O mal verdadeiro, o único mal, são as convenções e as ficções sociais, que se sobrepõem às realidades naturais — tudo, desde a família ao dinheiro, desde a religião ao Estado. A gente nasce homem ou mulher — quero dizer, nasce para ser, em adulto, homem ou mulher; não nasce, em boa justiça natural, nem para ser marido, nem para ser rico ou pobre, como também não nasce para ser católico ou protestante, ou português ou inglês. E todas estas coisas em virtude das ficções sociais.
"A gente nasce homem ou mulher"
E agora, Simone de Beauvoir?
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