Em janeiro de 1922, Fernando Pessoa escreveu, no maravilhoso conto intitulado O Banqueiro Anarquista, que:
O mal verdadeiro, o único mal, são as convenções e as ficções sociais, que se sobrepõem às realidades naturais — tudo, desde a família ao dinheiro, desde a religião ao Estado. A gente nasce homem ou mulher — quero dizer, nasce para ser, em adulto, homem ou mulher; não nasce, em boa justiça natural, nem para ser marido, nem para ser rico ou pobre, como também não nasce para ser católico ou protestante, ou português ou inglês. E todas estas coisas em virtude das ficções sociais.
"A gente nasce homem ou mulher"
E agora, Simone de Beauvoir?