20 de mai. de 2014
inicia a busca entre as formigas e as flores, no matagal recém-carpido dos terrenos do ócio. procura palavras na ferrugem dos pregos usados, no metal torto, na força que resistiu às marteladas, na história das molduras dos quadros agora despendurados. encontra a absurdez das rimas nas paisagens antigas feitas às pinceladas, nas cores das falsas janelas de uma vida sempre imóvel. busca a inspiração na escuridão e no podre, no triste e deteriorado. encontra frases no alimento dos vermes, em tudo aquilo que precisa da morte estúpida para provar que viveu.