12 de mar. de 2012

Vazante

Estou habituada a enviar cartas de papel, mas também envio cartas virtuais. Em uma delas escrevi:

"Há uma grande diferença entre o modo como as pessoas precisam se sentir amadas e a maneira que escolhemos para demonstrar amor. Para encontrar a sincronia precisamos de tempo e sensibilidade, mas nem todo mundo está disposto a isso."
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"Eu queria muito que o Bauman estivesse errado e que tivesse escrito todos os livros sobre afetos e relações líquidas à toa, mas sei que essa ausência de laços afetivos sólidos (inclusive nas famílias) é uma marca do nosso tempo."
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"É bem verdade que somos todos sozinhos. Só nós sabemos sobre absolutamente tudo que vivenciamos e somos a única companhia certa pra nós mesmos até o último dos nossos dias. Parece cruel ou negativo, mas é assim."

A carta foi recebida no dia 12 de dezembro e, ainda que fizesse parte de uma troca relativamente recente, mas constante, não foi respondida.

Bauman venceu.