Os bons-dias
ou Um presente
Herdeiros do vento, despidos de todos os preconceitos, preceitos e de todas as inúteis vaidades, há muito renderam-se ao tempo e suas intempéries. Exploradores da realidade pétrea, idealizam com luminosidade radiante as inúmeras possibilidades do porvir que inevitavelmente os alcança segundos após a conclusão do pensamento tornado pretérito ao transformar-se em palavras.
Satisfazem-se ao desvelar cada um dos secretos anseios compartilhados. Alegram-se nas doces pequenezas em que convergem as existências paralelas sulcadas pelas distinções. Olhares e tato contemplam, contentes, a inteireza da realidade. Sorriem diante de mais um alvorecer e, ao entrelaçar os dedos das mãos, adormecem.
Sobre a íntegra brancura das açucenas, como sob a ensolarada e límpida margem fértil do rio, amanhece azul.