A dor que não doía nos ossos, músculos ou pele; a dor que excedia a carne amanheceu desperta pela atípica luz quase fria do verão: realidade. Tortuosa estrada de rumos incertos e sem retorno, margeada por sombrios bosques de abandono e pelo podre oceano além-abismo do desespero. Consciente, dissolve-se no absurdo a que se acorrenta. Contando inúmeros e resistentes elos inquebráveis, mergulha no profundo azul insípido, frágil e sem beleza. Aperta com força cacos pontiagudos entre as mãos. Se esvai carmim com a brisa pouca, quase ridícula. Brilho líquido, entorna o cálice. Olhos cerrados, exige de volta a ignorância. Desconhece. Tateia a brasa que logo cede flamejante. Em chamas, deseja o nada - quer agora a confortável escuridão.