dançamos como se, ao som da cítara, nossos corpos se manifestassem em uníssono. como se os movimentos ocultassem o que as palavras não ditas e expressões malditas revelam sobre as relações esquartejadas. cerramos nossos olhos para obedecer ao ritmo, como se a melodia sobreposta à ausência do essencial e a música envolvente, aguçando os sentidos, apurassem o olhar. encenamos a alegria como se, diferentes dos outros, já não fôssemos transparentes. teatralizamos a felicidade para ocultar a dor de estarmos solitários entre nós.