No começo da semana li um livro com um título muito atraente. Um livro com um ótimo título e um lindo índice, que me levaram a pensar que seria um daqueles livros pelos quais é impossível não me apaixonar. A autora, doutora, mestre, pertencente às academias todas, me seduziu também pelo currículo, resumido na orelha da quarta capa. Currículos podem ser sedutores, ainda que eu quase sempre os ignore. Não gosto de escrever sobre livros dos quais não gostei porque sei que muitas pessoas trabalharam para que eles fossem publicados. Me recuso a mencionar autores e títulos dos livros ruins porque nenhuma crítica é aproveitável para o livro que publicado está. A autora do livro teria produzido um bom texto se fosse uma adolescente redigindo um trabalho escolar a partir da realização de pesquisas no Google; teria feito um ótimo livro se poupasse o leitor das tentativas de poesia e dos finais repetitivos e autoajudísticos que, nos últimos parágrafos dos capítulos, mencionavam, implícita ou explicitamente, o título da obra. Talvez tenha sido uma tentativa de tornar o texto acessível e fugir do academicismo. Talvez tenha sido um teste, uma tentativa de explorar novas formas. Não sei quase nada sobre a autora, mas imagino que ela pode ter sido acometida por uma súbita falta de talento para a literatura, também. Entre talvezes e imaginações, é certo que a autora ou a editora que publicou o livro precisam desesperadamente encontrar uma nova revisora ou um novo revisor. É triste, tristíssimo, ler um livro com uma revisão absurda e dolorosamente mal feita; uma revisão espantosamente ruim.