5 de set. de 2013

Curva de rio sujo



Poucos dias antes de ler Curva de rio sujo, eu disse para o Kalebe que meu único problema com a leitura de contos e textos muito curtos era o fato de frequentemente não me apegar a eles, porque costumam ser tão rápidos que facilmente desaparecem. Talvez o livro (que, na Estante Virtual, custa menos que uma revista) tenha vindo ao meu encontro para contradizer a afirmação.
Os textos reunidos neste livro percorrem um caminho muito interessante, feito de diferentes cenários e linguagens. Precisei reler alguns textos assim que cheguei às últimas linhas, para, mesmo sabendo que a literatura é feita de dúvidas, ter certeza de que tinha acompanhado o raciocínio o autor. Com períodos longos e muitas vírgulas - amo vírgulas -, Joca Reiners Terron não escreve para preguiçosos.
As narrativas que tratam das tranqueiras acumuladas na curva do rio esbanjam sensibilidade sem ceder ao sentimentalismo; o autor descreve as cenas no ponto preciso em que o acontecido acontece, sem excesso de poesia ou outros floreios. Algumas histórias têm finais insólitos, que, de tão absurdos, parecerem retratar a realidade, e não fantasiar em flerte com a ficção fantástica, como algumas vezes acontece.
O rio sujo me ganhou pela amplidão que encontrei entre as margens criadas por Joca Reiners Terron, por isso quero conhecer os outros livros do autor.

Curva de rio sujo - Joca Reiners Terron - 136 páginas - Editora Planeta